quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Assassinos em Série

Acadêmicas:
 Amanda Dallagnol, Ireni Muniz, Luana dos Santos, Taís Kauling


ASSASSINO EM SÉRIE OU SERIAL KILLER
Até pouco tempo atrás, o FBI considerava que para o individuo ser considerado um serial killer, teria que ter matado pelo menos três pessoas; porém, a partir de 1998 esse número baixou para duas vítimas, ou seja, se o indivíduo tiver feito duas vítimas e tiver perfil psicológico de um assassino em série prontamente será investigado como tal.
Porém, sabe-se, que boa parte dos psiquiatras acredita que para ter certeza que tal criminoso se trata de um homicida em série. É necessário que o mesmo tenha cometido pelo menos três crimes iguais, já que se forem considerados apenas dois crimes como o número para que se classifique um criminoso como assassino em série, muitos poderiam se falsamente rotulados como tal, já que por se tratar de dois crimes, talvez se estivesse tratando apenas de reincidência.
Outro fato a ser considerado é o de que maior parte, (segundo estatísticas 98%), dos serial killers são além de assassinos frios, cruéis, com ausência de qualquer remorso ou arrependimento. Também são agressores sexuais ou estupradores em série. O tipo de agressão ou violência sexual cometida por esse tipo de delinqüente pode ir desde atentado ao pudor até estupro, necrofilia, ou tortura e mutilação sexual.
Os assassinos em série geralmente têm uma vida criminosa que pode durar entre quinze dias de ação e dez anos de crimes, tudo dependendo de sua sorte em não ser pego pela polícia ou de sua capacidade de cometer crimes sem deixar rastros de sua identidade. Além deste tempo de delinqüência os serial killers costumam agir em um determinado território que costumam eleger como sua “região de caça”.
Passam por seis fases distintas: a fase áurea, em que perdem a noção da realidade; a fase da pesca, que é a etapa que o assassino procura alguém, para se tornar sua futura vítima; fase galanteadora, que é o momento de sedução da vítima; fase da captura, quando a vítima é pega; fase do assassinato, que é considerado o auge do ciclo do assassinato, é o momento de maior emoção do assassino; fase da depressão, quando o assassinato estiver consumado.
Uma série de dois ou mais assassinatos, cometidos como eventos separados, normalmente, mas nem sempre, por um infrator atuando isolado. Os crimes podem ocorrer durante um período de tempo que varia desde horas até anos. Quase sempre o motivo é psicológico, e o comportamento do infrator e a evidencia física observada nas cenas dos crimes refletirão nuanças sadias e sexuais.
Para Ilana Casoy, incansável e corajosa estudiosa do fenômeno, o referido conceito assim fundamenta:
Serial killers são assassinos que cometem uma série de homicídios com algum intervalo de tempo entre eles. Suas vítimas tem o mesmo perfil, a mesma faixa etária, são escolhidas ao acaso e mortas sem razão aparente. Para criminosos desse tipo, as vítimas são objetos da sua fantasia. Infelizmente, eles só param de matar quando presos ou mortos. O serial killer esfria entre crime e outro, não conhece sua vítima, tem motivo psicológico para matar e necessidade de controle e dominação. Suas vítimas são vulneráveis, e a ação do assassino independe da ação delas. Começam a agir entre os 20 e 30 anos, escolhem suas vítimas mais fracas, que estão dentro de algum estereótipo, e levam uma lembrança ou troféu de cada assassinato cometido. Sentem-se superiores aos outros, acreditam ser muito espertos, tem autoconfiança e muitas vezes “jogam” com a polícia.
Os assassinos seriais podem também ser divididos em outros quatro tipo distintos:
- Visionários: é aquele tipo de criminoso tido como psicótico, costuma ter visões e alucinações, diz ouvir voes e acha que deve obedecê-las. Aqui se enquadram àqueles assassinos que tiveram seios problemas de submissão com a mãe. Mesmo depois de morta costumam ouvi-las e a culpam por tê-los “mandado” cometer os crimes. Na maior parte das vezes vêem a figura materna como uma figura de uma santa;
- Missionários: é o tipo de assassino que aparentemente para a sociedade em geral, não é considerado como alguém louco ou “estranho”. Não deixa aparentar traços de psicopatia, é tido como uma pessoa comum e tem a necessidade de matar porque acha que deve acabar com as pessoas que pessoalmente julga imorais, como prostitutas, homossexuais, moradores de ruas, etc. Como costumava matar sempre um determinado grupo de pessoas, pode-se citar como exemplo Jack, o estripador que sempre matava prostitutas;
- Emotivos: são os que mais tem prazer em matar, agem por pura diversão, se encantam com o sofrimento da vítima. São os que usam artifícios mais sádicos e cruéis de todos os tipos de assassinos;
- Libertinos: é o indivíduo que mata por prazer sexual, seu prazer esta largamente relacionado com o grau de sofrimento da vitimo, ou seja, quanto mais resistência a vitima oferecer à seu algoz, maior será o prazer obtido pelo assassino. Costuma mutilar sua vítima e na maior parte dos casos está presente a necrofilia e o canibalismo.


RITUAL UTILIZADO PELO SERIAL KILLER
Todo serial killer age de acordo com um ritual criado por ele próprio, o qual é, dependendo do assassino, seguido com perfeição. O ritual é uma espécie de trajeto a ser seguido pelo assassino. É como se fosse um plano se ataque, que envolve a escolha da vítima, a aproximação, o modo de convencê-la (sedução) a ir com ele até o local do crime, a maneira que a mesma será torturada, estuprada, se for o caso, e morta; de modo geral, tudo é preparado previamente. Todo esse ritual será traçado de maneira a atender às suas necessidades de satisfação emocional e realização de suas fantasias pessoais.
Geralmente, é através do ritual, que o assassino deixará transparecer e expressar todo seu ódio, tornando este ritual parte de sua marca pessoal para consumação de seus monstruosos crimes. Através deste ritual o criminoso estará submetendo a vítima ao máximo de sua intimidade, já que durante o ritual estará realizando seus mais profundos desejos.
Porém a vítima não é sua parceira na realização da fantasia, mas sim seu objeto pra realização da fantasia, sabendo-se que a intimidade de um serial killer é algo que diz respeito apenas a ele e este não costuma expor sua intimidade a terceiros apenas à sua vítima no momento da execução.

Abusos na infância e sua relação com a formação psicopática e o surgimento de um serial killer
É sabido que a personalidade de todo e qualquer individuo começa a se formar durante a infância. Muitos traços que as pessoas possuem denotam da maneira de como foram criados, da educação que tiveram, e do meio que conviveram na infância.
Alguns traumas começam a se formar ainda durante a gestação, danos genéticos podem ocorrer ate mesmo no momento da concepção. Durante a fase da gestação podem ocorrer lesões no cérebro e no sistema nervoso central do bebê que podem ser ocasionadas pela má alimentação da mãe, ou pelo consumo de drogas, álcool. Uma gestação indesejada é capaz de trazer uma ansiedade enorme a mãe, que por sua vez poderá gerar uma secreção anormal de hormônios que podem prejudicar o feto, além, é claro, de causar danos psiquiátricos ao feto em desenvolvimento.
Esses traumas, então começam a se formar durante a gestação, vão se tornando mais graves no decorrer da infância, atingindo seu ápice na adolescência.
A influência familiar na infância de qualquer pessoa vai servir de base para qualquer relação que o individuo venha a ter durante toda a sua vida. Justamente por isso que até o nono mês de vida a criança ira criar vínculos afetivos profundos com seus pais, e a ausência desses laços é um grande fator para o desenvolvimento de uma futura personalidade psicopática. Pois é fato que uma criança que não consegue se relacionar com seus pais e familiares, dificilmente conseguira manter um bom relacionamento com outras pessoas estranhas ao grupo familiar.
Assim, pode – se afirmar que um serial killer começa a se formar durante a infância e, que a possibilidade de alguém se tornar um assassino em série de uma hora para outra, na fase adulta, é bastante remota, praticamente impossível.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS CAPAZES DE IDENTIFICAR UM ASSASSINO EM SÉRIE

Os assassinos em série não possuem, aparentemente, nenhum traço físico específico capaz de identificar que determinado indivíduo seja um serial killer. Não tem a aparência física estranha ou monstruosa que a mídia costuma dar a esse tipo de criminoso. Geralmente são pessoas normais e quase sempre dotadas de muito charme, o que os ajuda a seduzir e conduzir sua vítima para o local que planejam executar seu crime.
A maior parte dos assassinos em série é branca e do sexo masculino, apesar de, infelizmente, o número de criminosas de o sexo feminino aumentar a cada década em todo o mundo, e o menor número de assassinos em série é da raça negra.
Essa ocorrência de maior incidência de crimes praticados por indivíduos do sexo masculino já tentou ser explicada por diversos estudiosos no assunto, tendo como argumento o hormônio masculino testosterona, que segundo estudos combinado com outro hormônio aumenta a agressividade do indivíduo, podendo esse chegar a cometer atos bárbaros, assim comenta Ilana Casoy:
A relação entre masculinidade e crime já tentou ser explicada também através do hormônio masculino testosterona. Uma taxa alta de testosterona combinados com baixos níveis de serotonina pode causar resultados letais. Atletas e empresários de sucesso testados demonstram ter uma taxa anormalmente alta de testosterona, mas a serotonina diminui o pico de tensão, equilibrando o indivíduo. Quando esse equilíbrio não existe, a frustração pode levar à agressividade e comportamentos sádicos.
Outros estudos já tentaram comprovar que os assassinos seriais têm “alta dosagem de metais pesados no sangue, como manganês, chumbo, cádmio e cobre”, o que combinado com a ingestão de álcool contribuiria para que o indivíduo apresentasse um comportamento mais agressivo do que o normal.
Outros testes feitos com indivíduos psicopatas ou com criminosos excessivamente violentos, evidenciam que possuem menor condução elétrica na pele e praticamente não apresentam mudança na freqüência cardíaca quando passam por situação que impõe medo. E quando ouvem palavras que exprimem tristeza ou alegria, não demonstram nenhuma reação diferente, seu corpo reage de maneira neutra, sem emboçar nenhuma reação mais específica por causa de sentimento da palavra.
Alguns estudos comprovam que certos números de assassinos em série possuem as mesmas características físicas, porém nada disso é cientificamente comprovado como um indício real para afirmar que determinado indivíduo por possuir determinadas características físicas é um serial killer.
Alguns criminosos desse tipo possuem um cromossomo feminino a mais, o que resulta em uma taxa de hormônios femininos em dosagem mais alta, fazendo que este indivíduo tenha algumas características peculiares femininas, porém nunca se comprovou que este cromossomo tivesse qualquer relação com os atos praticados por esse indivíduo.
Já ocorreram casos ainda, de assassinos com um cromossomo masculino a mais, assunto que foi inclusive matéria de defesa de um criminoso, como argumento de sua extrema violência. Nesse caso não foi encontrada qualquer relação que justificasse os atos de extrema violência praticados por esse indivíduo e a sua genética.
Estudos médicos serviram para intrigar ainda mais quem acha que o aspecto físico não é fator determinante para que certo indivíduo seja um provável serial killer. Esses estudos sugerem que o “córtex pré-frontal, área do planejamento em longo prazo, julgamento e controle dos impulsos, não funcionam normalmente em psicopatas.” Outras investigações científicas apontam que a maior parte dos homicidas seriais “apresentaram o mesmo defeito cerebral, uma reduzida porção de matéria cinzenta no lobo pré-frontal, justo atrás dos olhos.”
Porém, o que se sabe é que agressões cometidas na infância, principalmente na região da cabeça, podem, sim, afetar de forma significativa o cérebro e o modo de agir do indivíduo. Então, se essa anomalia cerebral for congênita ou causada por pancadas na cabeça, somadas aos fatores sociais vividos em determinado ambiente familiar e social, são aspectos que podem determinar e ter forte relação ao comportamento violento daquele indivíduo.
Ferimentos acidentais ou causados por agressões na infância, na parte do hipotálamo que é responsável pelo sistema hormonal, irão determinar o instinto sexual e as emoções da pessoa; ou lesões no sistema límbico, parte cerebral responsável pelas emoções e motivações primárias, como o medo, são fatores determinantes e na maioria das vezes responsáveis pela falta de compaixão dos assassinos em série e, por isso, esses indivíduos são corretamente conhecidos como pessoas de“sangue frio”.
O lobo temporal, que é a parte mais sensível da cabeça, pode ser facilmente lesado, bastando apenas uma queda. Lesões nessa área da cabeça são encontradas na maior parte dos criminosos com alto grau de agressividade.

MAPEAMENTO DAS EMOÇÕES
Indivíduos normais e psicopatas foram submetidos
ao teste Bateria de Emoções Morais (BEM) enquanto
eram colhidas imagens de seu cérebro por meio de
ressonância magnética funcional.


Quando uma pessoa normal (à esq.) faz julgamentos morais, ativam-se as áreas pré-frontais (laranja e roxo), responsáveis pelos aspectos cognitivos - frios e racionais - do julgamento. Também são ativados o hipotálamo (azul), relacionado às emoções básicas, como raiva e medo, e o lobo temporal anterior (vermelho), ligado às emoções morais, tipicamente humanas. Resultados preliminares mostram que, no cérebro do psicopata (à dir.), diminui sensivelmente a ativação das áreas relacionadas tanto às emoções primárias (azul) quanto às morais (vermelho) e aumenta a atividade nas áreas pré-frontais (laranja e roxo), ligadas aos circuitos cognitivos, de razão pura.                                               
   



Como o psicólogo pode atuar na psicopatia?

          Aí está um assunto bem polêmico, sendo que há muitas contradições, alguns dizem que a terapia ajuda a diminuir a psicopatia, como é o caso da psicóloga Jennifer Skeem[1]: ”Mesmo que seja muito difícil mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos”. Porém a grande maioria afirma que, a terapia ajuda o psicopata a aprender outras formas de se “aproveitar” das pessoas e se fazer de coitadinho, sua grande arma.



[1] Mente Cérebro, edição 181 - Fevereiro 2008.

Video:


                                                         
  
CASOS REAIS
O homem, com efeito, é tentado a satisfazer no próximo sua agressividade, a explorar seu trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem seu consentimento, apropriar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe sofrimento, torturá-lo e matá-lo, como, talvez, estupefato (FREUD).

Seriais Killers Estrangeiros
 Ed Gein (Edward Theodore Gein)
Ed Gein, famoso serial killer americano, cuja história de terror e morte serviu de inspiração de vários filmes, nasceu no dia 27 de agosto de 1906, filho de George Gein um pai alcoólatra inveterado e de Augusta Gein uma mãe estremamante religiosa dominadora e abusiva, que sempre viveu uma vida solitária e abusiva na propriedade rural da família na cidade americana de Plainfield.
Tinha apenas um irmão, Henry, e desde crianças os dois foram ensinados pela mãe para temer o sexo e as mulheres, sempre se referindo às mulheres como pessoas traidoras. Fizeram os dois acreditar que se casassem seriam infelizes, já que qualquer mulher que cruzasse seus caminhos faria com que a família se destruísse.
Em 1940 seu pai morreu e os dois irmãos ficaram com o comando da fazenda. Sua mãe passou a ser mais repreensiva ainda, torturando psicologicamente no dia-a-dia dos seus dois filhos. Em 1944 Henry morreu em um incêndio ocorrido na fazenda. A cauda de sua morte até hoje não foi totalmente esclarecida, já que alguns dizem que Henry morreu acidentalmente nesse incêndio e outros confirmam que quem matou Henry foi Ed Gein propositalmente para ficar sozinho com sua mãe. Nesse mesmo ano Augusta Gein sofreu um derrame e passou a ser dedicadamente cuidada por seu filho até o ano seguinte quando morreu em decorrência desse derrame.
Com a morte de sua mãe Ed Gein ficou, pela primeira vez, sozinho em sua vida. Porém, mesmo tento trinta e nove anos de idade não tinha uma identidade, um caráter formado, já que ainda se sentia preso e escravizado pelas ideias absurdas de sua mãe. Seu estado de perturbação era muito profundo.
A fazenda e a casa foram ficando cada vez mais abandonadas. Tudo ficou desleixado ao passo que Ed juntava tudo o que encontrava e guardava em sua casa, nunca fazendo faxinas ou colocando fora o que era desnecessário. Ed Gein foi se isolando sempre mais e, as visitas foram se tornando cada vez mais raras, já que todos achavam Ed no mínimo esquisito.
Parou de cultivar as terras da fazenda de sua família e passou a trabalhar como diarista para seus vizinhos, fazendo todo o tipo de trabalho inclusive o de babá de crianças. Trancou e lacrou o quarto de sua mãe para que tudo ficasse do jeito que ela havia deixado, passando assim a usar apenas o andar inferior da casa. Sempre atormentado e perseguido pelo fantasma de sua mãe, em qualquer lugar que estivesse continuava ouvindo os conselhos absurdos dela, e ele fazia questão de obedecê-los, já que para Ed Gein a sua mãe era uma santa e sabia exatamente o que estava fazendo.
Decorrido algum tempo, Ed Gein passou a se interessar pela anatomia feminina, estudando o assunto em livros médicos, revistas pornográficas e romances de horror. Passou a se interessar principalmente pelas atrocidades cometidas pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, demonstrando grande interesse pelos experimentos feitos pelos nazistas durante aquele período de horror.
Sua obsessão pelo corpo feminino foi se tornando cada vez mais acirrada, e somente a leitura sobre o assunto já não o satisfazia mais. Precisava do material humano, real para poder examinar. Assim, passou a analisar diariamente a seção de obituários do jornal para saber dos enterros, do sexo e da idade do cadáver que seria sepultado em determinada data. Com a ajuda de um amigo passou a desenterrar os cadáveres, sempre com idade próxima a de sua mãe quando morreu, levando-os para casa para dissecá-los examinando assim, profundamente a anatomia feminina.
Costumava guardar partes dos corpos, como víceras, cabeças e genitálias. Sobre as genitálias femininas tinha verdadeira fascinação, costumava acariciar e colocar as genitálias dentro de suas próprias calças para se sentir um pouco mulher, já que este era seu desejo mais secreto. Passou a fazer roupas, principalmente femininas, com a pele dos cadáveres, vestindo-as para fazer estranhos e doentios rituais durante a noite, neste momento seu estado de loucura e perturbação já era bastante avançado.
Assim que seu amigo, que o ajudava a desenterrar os cadáveres, foi internado em um asilo, Ed passou a ter dificuldades para desenterrar os corpos, sozinho. Atingiu assim, outra fase em sua vida, a de matar para conseguir os corpos e seguir com suas mórbidas experiências.
Sua primeira vítima foi Mary Hogan, uma senhora de cinquenta e quatro anos, fisicamente muito parecida com Augusta Gein e também conhecida do assassino. Mary era gerente de uma Taverna que Ed costumava frequentar. Certa noite Ed Gein entrou em seu estabelecimento, em um momento que a mesma estava sozinha, e a matou com um tiro na cabeça, arrastando-a em seguida para seu carro e levando-a para sua casa para começar seu ritual de horror, agora de forma mais real já que a“carne” ainda estava “fresca”.
Sua segunda vítima foi Berenice Worden, outra senhora fisicamente parecida com sua mãe com a idade de cinqüenta e nove anos. Berenice era proprietária de uma espécie de armazém situado na cidade e, muito amiga de Ed Gein e de sua família, já que esses eram seus clientes há muitos anos. Ed se aproveitou de um momento que sua vítima ficou só no estabelecimento e a matou, também com um tiro. Após matá-la, Ed a carregou em um caminhão e a levou para sua fazenda. Dessa vez Ed pendurou sua vítima em um gancho de açougue em seu porão e abriu sua vítima como se fosse um animal, imitando a forma que seus pais costumavam fazer quando matavam porcos na fazenda.
Ed Gein foi tido como suspeito número um pela morte de Berenice, já que quando seu filho voltou da caçada encontrou uma nota fiscal tirada em seu nome como último ato de sua mãe. Esta prova levou os policiais até a fazenda de Ed Gein, que não estava em casa naquele momento, pois estava jantando na casa de vizinhos. Quando se depararam com o corpo de Berenice pendurado no porão, sua cabeça e intestino em uma caixa, seu coração sobre a mesa e outras partes de seu corpo cozinhando no fogão, não tiveram dúvidas e foram em seu encontro para prendê-lo imediatamente.
Ed Gein foi prontamente preso, e sempre afirmou ouvir sua mãe quando cometia tais desatinos, assim como dizia que era de vontade de sua santa mãe que aquelas senhoras fossem suas vítimas reais.
Foram encontradas partes de quinze corpos em sua casa, porém o assassino nunca conseguiu se lembrar de quantos assassinatos cometeu. É suspeito de ter cometido outros assassinatos, além dos de Berenice e Mary, porém nada foi cabalmente comprovado.
Assim acabou a insana história de Ed Gein:
Após passar 10 anos internado num hospital psiquiátrico, Ed Gein foi julgado competente para i a julgamento. Foi considerado culpado pelos crimes, mas criminalmente insano e enviado ao Hospital Estadual Centra de Waupon. Em 1978, foi removido para o Instituto de Saúde Mental de Mendota, onde morreu de velhice em 1984, aos 77 anos. Sempre foi um prisioneiro modelo: gentil, polido e discreto. É suspeito de ter cometido pelo menos mais cinco assassinatos, mas nada foi provado. Declarou à polícia que jamais teve relações sexuais com os cadáveres que obtinha, mas gostava de tirar sua pele e vestir-se com ela.


 Andrei Chikatilo (O retrato de um animal)
  

 Andrei Chikatilo, esse perverso serial killer russo, nasceu em 16 de outubro de 1936 na Ucrânia. Sua mãe era desequilibrada e seu pai um soldado russo acusado de traição na Segunda Guerra Mundial. O fato de o pai ter sido tido como um traidor sempre causou grande sofrimento e aflição a Andrei, angústia que sentiu por toda sua vida.
Durante os devaneios de sua mãe, ela costumava contar histórias absurdas para seus filhos, como a de que seu irmão mais velho tinha sido morto e comido por vizinhos durante o período de escassez de comida na Ucrânia. Fatos que causavam grande estado de perturbação em Andrei.
Apresentava sério problema visual e necessitava de óculos para corrigir essa deficiência. Porém por causa de sua timidez e sentimento de inferioridade excessivo, só aceitou a ideia de usar óculos depois dos 20 anos. Sofria também de um distúrbio sexual que o deixava constantemente impotente, em seus delírios, acreditava que alguma coisa o havia castrado e cegado assim que nasceu por isso apresentava essas deficiências. Essas fantasias ilusórias aumentaram desde cedo sua agressividade.
Tinha enurese noturna até idade bem avançada, fato que faz parte da rotina da maior parte dos assassinos em série. Era um estudante bastante aplicado e sua paixão por leitura o acompanhou por boa parte de sua vida. Tinha amigos escassos e seu jeito meio afeminado costumava ser motivo de chacota. Seus colegas o ridicularizavam, nunca conseguiu ser aceito no grupo de amizades das escolas que estudou.
Quando adolescente, por conta de seu aspecto físico forte, parou de ser motivo de piadas da escola. Foi editor do jornal escolar e das informações políticas da escola. Mesmo assim sua vida social era pacata, não tinha namoradas e possuía muita dificuldade de se aproximar das mulheres.
Casou-se aos vinte e sete anos e desse casamento nasceram dois filhos, um menino e uma menina. Formou-se professor e tentou exercer o ofício, porém sua timidez o impediu de seguir essa profissão, já que não tinha controle nenhum com seus alunos e era constantemente humilhado por eles. Seus colegas de profissão também zombavam de seu jeito estranho.
Como forma de compensar os apelidos que recebia e as constantes humilhações que era submetido, passou a molestar sexualmente seus alunos, observando-os no banheiro ou diretamente em seus dormitórios.
Sempre foi um bom pai, um bom marido, um bom vizinho, era considerado por todos em sua volta como um cidadão acima de qualquer suspeita.
Começou a matar aos quarenta e dois anos de idade, diferente da maioria dos assassinos em série que começam sua vida de crimes bem antes, por volta dos vinte anos de idade.
Sua primeira vítima, uma menina de nove anos, foi morta no período que Andrei era professor. Conseguiu se livrar dessa acusação, mesmo com todos os indícios apontando para ele e, outra pessoa foi condenada à pena de morte em seu lugar.
Em 1981 foi demitido da escola em que trabalhava com o argumento de escassez de recursos da escola e demissão dos excedentes. Foi designado então para trabalhar em uma fábrica de locomotivas com o cargo de gerente. Agora sim Andrei poderia matar, já que fazia constantes viagens de trem e podia escolher suas vítimas mais facilmente, além de poder matar em várias cidades diferentes.
A assinatura de seus crimes foi consagrada com a multidão dos olhos de suas vítimas, ou a castração de seus órgãos sexuais. A polícia demorou em admitir que um serial killer estivesse em ação naquele território. Acreditavam que havia mais do que um criminoso cometendo os crimes, fato que fez demorar mais a prisão de Andrei.
Sua agressividade e violência aumentavam quando não conseguia estuprar ou transar espontaneamente com suas vítimas por conta de sua própria impotência, o que geralmente era motivo de risos por parte das vítimas. Essa zombaria deixava Andrei extremamente irritado, e o que se seguia depois disto era uma morte cruel e violenta.
Sem pistas concretas e com o número de assassinatos aumentando dia a dia, o departamento de polícia pediu a alguns psiquiatras para fornecer um perfil do assassino que estava agindo naquela região. Muitos negaram, alegando falta de indícios, porém, baseado em dados fornecidos pela polícia o Drº Aleksandr Buchanovsky deu ao assassino o seguinte perfil:
O assassino sofria de distúrbios sexuais; sua altura era de, aproximadamente, 1,67m.; sua idade estava entre 25 e 50 anos, calçava nº 41 ou mais; tinha tipo sanguíneo comum; provavelmente sofreu alguma forma d violência sexual inadequada e brutalizava suas vítimas para compensar o fato.
Com pistas escassas, os policiais fizeram então vigília na estação de trem que as vítimas costumavam ser pegas, usando inclusive iscas humanas para tentar prender esse assassino que já agia na região há quase quinze anos. Não demorou muito para Andrei Chikatilo ser considerado suspeito e ser preso para averiguações, quando seu passado foi investigado e muitas novidades surgiram para a polícia.
Foi difícil para a polícia se convencer de que aquele senhor gentil e educado e o terrível monstro que estava sendo procurado por eles, na verdade era a mesma pessoa. Foi interrogado e finalmente confessou todos seus cruéis crimes em detalhes, já que era portador de uma memória brilhante. No total Andrei Chikatilo matou cinquenta e três pessoas, sendo vinte e um meninos, quatorze meninas e dezoito mulheres jovens.
Assassinos em Série Brasileiros
Bebia sangue das crianças para ficar tão bonito e puro quanto elas (Marcelo Costa de Andrade – Assassino em Série Brasileiro).
Em um lugar ermo vi aparecer uma moça branca de cabelos loiros e longos, que me disse que Deus não morrera e que eu teria a missão de declarar isso a todo mundo. Deveria nesse propósito escrever um livro e tatuar meninos com o símbolo DCVXVI que significa Deus vivo, ainda que com o emprego da força (Febronio Índio do Brasil – Serial Killer brasileiro).
Coloquei dentro da banheira... Veio àquela idéia de... Como é que a gente faz com o frango? O desmembramento? Se eu tivesse um moedor acho que tinha moído a vitima ali dentro até ela sumir. Daria sumiço nela com acido, qualquer coisa. Que ai já vinha a imagem da prisão. Acho que aí eu me tornei mesmo um psicopata (Chico Picadinho Assassino em Série Brasileiro).

Francisco Costa Rocha (Chico Picadinho)
Chico Picadinho nasceu em 27 de abril de 1972, filho de um casamento repleto de problemas, já que seu pai não queria seu nascimento e havia providenciado o aborto de outros filhos antes do nascimento de Francisco. Assim rejeitado pelo pai, esse menino teve uma infância difícil, rodeada de problemas.
Seu pai tinha outro casamento e seis filhos com a esposa oficial, e as visitas que fazia a Francisco e a sua mãe eram raras. Nesse momento os sentimentos de Francisco em relação a seu pai eram um misto de adoração e admiração e raiva em função do abandono.
Quando completou quatro anos, sua mãe adoeceu gravemente e Francisco foi obrigado a se mudar. Foi morar com um casal de empregados do seu pai em uma fazenda distante da cidade. Nessa fase se tornou uma criança bastante solitária, e era considerado um menino muito arteiro, costumava fazer experiências com pequenos animais e por isso apanhava bastante.
Após dois anos vivendo na fazenda, sua mãe melhorou e foi buscá-lo, e voltou a morar em Vitoria. Sofreu de neurose noturna ate os 6 anos de idade, também tinha asma e pavor noturno. Sua mãe continuou se envolvendo com homens casados e Francisco nunca conseguiu aceitar essa situação.
Começou seus estudos em um colégio de padres, era um aluno “briguento, desatento, dispersivo, irrequieto, indisciplinado e displicente”. Presenciou assedio por parte dos padres aos outros meninos que estudavam com ele na escola, sempre sentiu medo que o mesmo acontecesse com ele, quando repetiu a quarta serie, foi convidado pelo diretor a mudar-se de escola. Foi matriculado em uma escola estadual onde cursou a quarta e quinta serie, porem teve alguns problemas com colegas, professores e namorada quando se declarou ateu.
Abandonou os estudos e tornou-se um menino rebelde, passava os dias pelas ruas“aprontando, pondo fogo em coisas, invocando o diabo, pesquisando vampiros, perseguindo assombrações”.Durante a adolescência foi “muitas vezes subjugado para troca de carinhos sexuais, e, entre pauladas e pedradas, acabou se acostumando’’.
Nunca conseguiu ficar muito tempo em seus empregos, já que a vida de baderna nas ruas lhe parecia bem mais interessante. Seu maio sonho na adolescência foi ser marinheiro. Não consegui, pois nesta época tinha apenas quinze anos e a mãe não autorizou sua viagem para Santa Catarina, onde cursaria o curso.
Aos dezesseis anos foi morar no Rio de Janeiro com sua mãe e seu padrasto. Com dezoito anos mudou-se para São Paulo e alistou-se na Aeronáutica, onde pretendia seguir a carreira de mecânico de aviação. Porém sua falta de disciplina não deixou que isso se realizasse. Também tentou entrar para Policia Militar. Porém não logrou êxito em sua investida.
Encontrou um emprego como representante comercial, mas as bebedeiras durante as viagens lhe custaram à demissão. Tentou trabalhar como corretor de imóveis, e sua excitação por agressividade sexual foi aumentando dia a dia. Preferia ficar com as mulheres da noite, já que não queria envolvimento nem compromisso serio com ninguém. Foi atropelado em 1965, mas não teve seqüelas graves.
Morava com um amigo médico-cirurgião da aeronáutica, que só ficava no apartamento de vez em quando, já que era casado e só ia para o apartamento ficar com Francisco nos períodos que brigava com sua esposa.
Suas noites de boemia geralmente começavam no Bar Pilão e acabava no Ponto Chic, ponto de encontros de todos os boêmios da cidade. Foi nesses bares que Chico conheceu sua primeira vítima, Margareth Suida, uma austríaca de trinta e oito anos de idade, bailarina e atendia como massagista para melhorar o orçamento. Ficaram conversando durante muito tempo ate que Francisco convidou Margareth para ir até seu apartamento, ela aceitou e a partir deste momento começou a história de horror de Margareth.
O que segue, a partir daí, não é muito claro já que Francisco não consegue se lembrar dos fatos com clareza. Lembra-se apenas de algumas passagens do que realmente ocorreu. O que se sabe ao certo é tirado das conclusões do laudo da perícia no local do crime e do corpo da vítima.
A relação sexual que ocorreu entre os dois foi bastante violenta, já que a vítima foi encontrada bastante machucada e com escoriações por todo o corpo e tinha várias mordidas no seio e no pescoço. Francisco tentou primeiro estrangular a vítima com as próprias mãos não logrando êxito acabou o serviço usando um cinto, que posteriormente foi encontrado pela polícia no apartamento com a fivela cheia de cabelos da vítima.
Segundo Francisco não houve o ato sexual propriamente dito, pois pelo o que consegue se lembrar matou a vítima antes disto. Depois de ter assassinado Margareth, Francisco arrastou o corpo até o banheiro, sendo que para tanto precisou arrancar os pinos da porta, já que anteriormente havia trancado a porta com medo de ser roubado e esqueceu onde guardou a chave. Esse processo durou algum tempo antes que Francisco arrastasse Margareth ate o banheiro iniciando o ritual de dessecação e retaliação do corpo da vítima, que assim aconteceu.
Suas partes moles, como seios e músculos, foram recortadas e retiradas; ela foi eviscerada. Sua Pélvis foi também retirada. Este estrago ou retirada das partes femininas da vítima é chamado de desfiminização. Francisco tentou se livrar de algumas vísceras jogando-as no vaso sanitário, mas mudou de idéia no meio do processo. Foi até a cozinha e pegou um balde plástico, dentro do qual começou a recolher cada recorte que fazia. Quando terminou de descarnar boa parte da frente do corpo da vitima, Francisco a virou de bruços, ainda dentro da banheira. Dissecou a metade direita de suas costas e arrancou um pedaço de suas nádegas.
Após algum tempo Francisco começou a recuperar a lucidez e passou a sentir nojo de tudo aquilo que estava fazendo, limpou-se com álcool e foi se encontrar com Caio, amigo com qual dividia o apartamento. Dividiu sua angústia com ele contando tudo o que havia acontecido. Por sua vez, Caio o aconselhou a se entregar. Chico assim prometeu, pedindo apenas algum tempo para contar para sua família e seu advogado o que havia acontecido.
Foi preso em 05 de agosto de 1966 em um hotel no Rio de Janeiro, e não deu motivo para ter cometido tamanha barbaridade. Foi condenado há quatorze anos, quatro meses e vinte e quatro dias de prisão. Ainda preso, casou-se com uma amiga que o visitava com freqüência. Em 1974 Francisco foi libertado por comportamento exemplar, obteve liberdade condicional e nessa época seu único compromisso como preso era apresentar-se a cada noventa dias no presídio.
Quando posto em liberdade vida conjugal caiu na rotina, não conseguia se adaptar a vida regrada que sua esposa exigia. Separou-se em 1974, um ano antes da filha desse matrimonio nascer em 1975. Em seguida conheceu outra mulher com quem também teve um filho.
Em 1976, sem ter onde morar, Francisco foi novamente morar com um amigo. Nesse período conheceu Rosemeire, mulher que saiu apenas uma noite. Porém seu relacionamento com ela foi muito violento. Sabe-se que esta foi internada na Santa Casa de Misericórdia com perfuração no útero, fato que lhe rendeu um aborto já que a mesma estava grávida. Francisco diz que não se lembra de nada que ocorreu naquela noite que possa ter causado tamanho ferimento. Porém a partir desta época na sua escalada de violência sexual foi crescendo, seu sadismo foi aumentando a cada relação sexual que mantinha e sentia que a qualquer momento poderia cometer um novo crime.
Chico Picadinho conheceu sua segunda vítima, Ângela de Souza da Silva, trinta e quatro anos, prostituta acusada de vários furtos que usava também outros sete diferentes nomes, na lanchonete Elenice, local bastante freqüentado por Francisco. Ficaram bebendo durante toda a noite, de bar em bar, esperando o tempo passar, já que Francisco sabia que só podia usar o apartamento só de manhãzinha quando seu amigo sairia pra trabalhar.
Entraram no prédio que Francisco morava por volta das sete horas da manhã. Agiu com os mesmos artifícios usados no crime anterior, com crueldade e sadismo. Matou Ângela por estrangulamento, e dessa vez o ato sexual chegou a ser consumado. Quando se deu conta que Ângela estava morta, percebeu o que tudo aquilo iria representar para sua vida na condição que se encontrava. Mais uma vez a tentativa de Francisco foi de esconder o crime. Carregou o corpo até o banheiro levando com sigo uma faca de cozinha, um serrote e um canivete, conforme o relato de Casoy:
Novamente começou a retalhar o cadáver extirpando os seios,
abrindo-o pelo ventre, retirando as vísceras e jogando-as no vaso sanitário.
O plano não deu certo... o encanamento entupiu.
Percebendo que dessa maneira não conseguiria se livrar do corpo, Francisco passou a cortar a vítima em pequenos pedaços para que pudesse facilitar o transporte. Encontrou várias dificuldades em cortar o corpo, principalmente o crânio, parte muito dura e difícil de ser dividida. Depois de ter picado a dívida em várias partes, lavou cada pedaço dentro da banheira e a condicionou os pedaços em sacos plásticos, colocando posteriormente todo dentro e uma mala de viagem que deixou escondida na sacada do aparamento, com medo que seu amigo voltasse e presenciasse o ocorrido.
Cansado, após horas trabalhando no corpo, Francisco adormeceu no sofá, acordou de tardezinha, com sensação de que nada havia acontecido que tudo não passava de um pesadelo. Porém a realidade estava ali presente, bem próxima dele.
O único pensamento que teve foi o de encontrar um amigo que pudesse lhe emprestar um carro para poder sumir com o corpo. Até que alguém desse por falta de Ângela demoraria muito tempo já que ela era uma prostituta e achava que as pessoas não dariam a falta desse tipo de gente.
Enquanto Francisco saiu para tentar conseguir o carro, Joaquim o amigo que dividia o apartamento com ele voltou e acabou encontrando a mala e os sacos plásticos com os pedaços do corpo da vitima na sacada do apartamento, imediatamente, lembrou-se do primeiro crime de Francisco e chamou a polícia.
Não logrando êxito em seus planos, Francisco decidiu voltar para o apartamento para tentar livrar-sedo corpo de Ângela, assim que chegou na frente do prédio percebeu uma grande movimentação, o carro da polícia e o carro de necrotério na frente do prédio, logo percebeu que haviam descoberto tudo e fugiu para o Rio de Janeiro.
Foi preso em 26 de outubro de 1976, depois de ter se encontrado com um antigo conhecido seu do presídio que havia lhe emprestado dinheiro para sua fuga para fora do país.
Em seu julgamento, a defesa alegou insanidade mental do réu, o laudo da perícia psiquiátrica, concluiu que Francisco da Costa Rocha deveria ser considerado semi-imputável, por ser portador de personalidade psicopática de tipo complexo com variações de humor e sem sentimentos.
Foi condenado a vinte e dois anos e seis meses de prisão, sem unanimidade.
Em 1994, foi emitido um laudo para a progressão penal para regime semi-aberto. O pedido foi negado em função de Francisco ainda apresentar traços de personalidade psicopática. Em 1996 a defesa novamente entrou com um pedido de progressão penal, que foi prontamente negado, assim como foi negado também o pedido da promotoria de conversão da pena para medida de segurança. Foi autorizada a permanência de Francisco na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté para tratamento psiquiátrico e relatórios médicos a cada seis meses.
Francisco deveria ser liberado em abril de 1998, porém a promotoria entrou com uma ação de interdição na vara cível de Taubaté, local que Francisco estava preso, e conseguiu liminar. Por essa razão Francisco continua preso, por não ter condições de viver em sociedade mesmo já tendo cumprido toda sua pena. Assim no caso de Francisco ele continua preso não por causa da Justiça Penal e sim por causa da Justiça Cível.
Francisco de Assis Pereira (O Maníaco do Parque)
                                                                                                                
Francisco de Assis Pereira. O motoboy que assombrou o Parque do Estado de São Paulo, estuprando, torturando e matando diversas mulheres, ou o “Tim” de São Paulo como era carinhosamente chamado por sua família. Teve uma infância aparentemente normal, a não ser pelo fato de ter sido molestado por uma tia ainda quando criança aos sete anos de idade. Porém este fato sempre foi mantido em segredo por Francisco e nunca foi revelado para a família.
Como episódio marcante em sua infância, Francisco relata o fato de ter matado um passarinho aos oito anos, tentando logo após fritá-lo e come-lo, tendo sido imediatamente interrompido aos berros por seus avos que o acusavam de ser assassino por ter tirado uma vida. Arrependido do ato, Francisco deu o passarinho para um gato comer.
Aos doze anos, Francisco pediu para trabalhar no açougue da família, localizado na cidade de São Paulo. Trabalhou durante três anos no açougue, exercendo todas as funções. Porem o que mais marcou Francisco nesse período foram as visitas aos matadouros. Ainda recorda-se em detalhes das mortes dos animais, do sangue derramado, dos uivos e do sofrimento dos animais. Francisco relatou também, que em sua infância não gostava de ir a velórios, ver gente morta sempre o deixava angustiado. Sua mãe o considerava um menino bom e sensível.
O Maníaco do Parque também apresentou algumas características comuns aos assassinos em série, como auto-estima baixa e sentimento de solidão. Francisco sempre foi um menino calado e reservado, sempre se demonstrava calmo, porém não aceitava ser contrariado. Caso isso acontecesse deixava transbordar toda sua fúria.
Francisco nunca teve medo de perigo, tinha gosto pela velocidade e por altura. Costumava andar de patins e de motocicleta, era atormentado por temores noturnos e costumava acordar assustado, chorando e suando muito.
Apresentava uma fixação por seios, o que atribuía ao abuso que sofreu de sua tia ainda na infância, Francisco diz também ter sido seduzido por um antigo patrão com que teve um curto relacionamento homossexual. Também manteve um relacionamento serio com um travesti por aproximadamente um ano. Thayná e como se chamava esse travesti que Francisco manteve relacionamento. Thayná costumava apanhar constantemente de Francisco.
Começou a matar por volta dos 30 anos e, suas vitimas na maioria das vezes eram morenas de aparência bem brasileira, com cabelos longos e escuros. Desenvolveu assim um tipo padrão de vitimas. Era exatamente sedutor, apesar de feio e podre, era esse o artifício usado por ele para convencer suas vitimas a acompanhá-lo ate o meio da mata do Parque do Estado de São Paulo.
Dizia-se um fotógrafo de uma grande revista de modelos, um caçador de talentos a procura de novos rostos para compor as revistas de moda, e quase sempre abordava suas vitimas num momento que as mesmas encontravam-se fragilizadas, seja porque tinha perdido o emprego, seja porque haviam brigado com o namorado. E Francisco com seu jeito de bom moço e sua lábia as convencia a acompanhá-lo para a prometida sessão de fotos.
Antes de ser preso, já havia sido detido como suspeito pelos crimes, porem foi liberado logo em seguida. Ao ver seu retrato falado seno divulgado pela imprensa e as vitimas sobreviventes prestando depoimentos, se amedrontou e resolveu fugir para o sul do país, onde foi preso. Quando capturado não confessou prontamente seus crimes, tentou levar suas mentiras em farsas diante, em vão, já que todas as evidencias apontavam para ele.
Francisco foi responsabilizado pelos crimes de roubo, ocupação de cadáver, estelionato, estupro, atentado violento ao pudor e homicídio. Suas vitimas confirmadas foram:
a) R. de M. R., morta aos vinte e três anos em 10 de janeiro de 1998;
b) I.F., morta aos dezenove anos em 10 de fevereiro de 1998;
c) M. dos S. M. morta aos dezenove anos em 10 de abril de 1998;
d) P. G. M morta aos vinte e quatro anos em 17 de abril de 1998;
e) R. A. N. morta aos vinte e um anos em 26 de maio de 1998;
f) Pessoa não identificada, morta com aproximadamente dezessete anos em julho de 1998;
g) S. F. Q. morta aos dezoito anos em 03 de julho de 1998.
Além destas sete pessoas Francisco é suspeito de ter matado pelo menos mais Nove pessoas que foram encontradas mais ou menos nessa época no Parque do Estado de São Paulo, com evidências de morte próximas as duas vítimas confirmadas do Maníaco do Parque.
Francisco dizia que tinha um lado ruim, que não conseguia controlar, afirmava que em certas noites procurava não sair de casa, pois sabia que se saísse mataria, pois não conseguia controlar seus ímpetos de assassino.
Atraídas para o meio da mata, começava a história de horror das vitimas, já que naquele momento Francisco se transformava e virava um verdadeiro monstro. Torturava-as, estuprava-as para depois matá-las, e em alguns casos costumava morder sua carne ate arrancar nacos dos braços, pernas e partes intimam.
Assim Edílson Mougenot Bonfim se referiu a Francisco Assis pereira:
Portador de uma vaidade exacerbada, a luz dos holofotes o seduzia. Egocêntrico, assegurou-se-lhe, inclusive, o direito de veicular sua imagem pela imprensa praticamente como e quando quis. Gerou uma forte suspeita de que, inclusive, a estava comercializando. Quando não aceitou que o filmassem ou fotografassem, a justiça resguardou seu direito, impedindo a colheita de imagens. Fez inegável sucesso, recebeu e recebe cartas de fãs na prisão, e já incorpora o rol de mais celebres criminosos do Brasil e do mundo. Falou em casamento com uma de suas admiradoras, pretendendo casar-se, tal como o fizera o matador norte-americano Ted Bundy – durante seu julgamento – delinqüente que também recebia grande numero de correspondências na prisão.
Foi preso em agosto de 1998 e o laudo da perícia psiquiátrica concluiu que Francisco de Assis Pereira era semi-imputável “em razão do diagnostico de um transtorno anti-social de personalidade”.Porem o chefe da perícia somente sustentou esse laudo porque entendeu que o fato de ter dado um laudo como imputável gerou muita discussão. Todavia, ficou claro nos depoimentos de Francisco que esse tinha plena noção de seus aos, e os atribuía a seu lado-mau, que fugia de seu controle. Assim, foi julgado como normal.
Sobre sua consideração:
Os jurados condenaram o réu por unanimidade e por unanimidade afastaram a semi-imputabilidade. O Juiz-Presidente do Júri aplicou-lhe a pena total de 121 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão.

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