quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Síndrome de Tourette

Acadêmicos: Anelise Fiori da Silva, Cristiane Ortigara, Felipe Postal, Leandro Zandoná e Vagner Pedroni.


Conceito
A Síndrome de Tourette(ST) é um transtorno que acarreta diversos problemas em um nível psicossocial, comprometendo relações sociais do portador e seus familiares. A Síndrome teve seu primeiro diagnostico no de ano de 1825, porém  durante um século não se conseguiu identificar um tratamento que amenizasse os tiques. Só a partir do ano de 1990 a doença passa a ser vista como uma combinação de vulnerabilidade biológica em interação com fatores ambientais.
O principal motivo para buscar tratamento da Síndrome costumam ser os tiquesque consistemem vocais e motores. Os vocais são caracterizados pelo uso de palavras ou frases, sendo todos involuntários, e são divididos em: tiques vocais simples (reprodução de sons) ou tiques vocais complexos (palavras ou elaboração de frases – muitas vezes de baixo calão). Os tiques motores caracterizam-se em movimentos repetitivos e sem propósito envolvendo grupos musculares. Os motores são divididos em duas categorias: tiques motores simples (envolvendo apenas um único músculo) e tiques motores complexos (movimento mais coordenado).
 Geralmente os sintomas começam a aparecer entre a infância e a adolescência, podendo no decorrer da vida adulta existir uma redução completa. A ST está associada também aos comportamentos obsessivo-compulsivos, tanto do ponto de vista genético quanto do ponto de vista fenomenológico (aputRobertson &Yakely, 2002). É fundamental ressaltar que os sintomas ocorrem involuntariamente, ou seja, é algo que foge do controle físico do indivíduo, parecido com um processo natural do corpo, assim como piscar os olhos.
Tratamento
Antes de se iniciar um tratamento para a ST deve-se analisar a frequência e a intensidade dos sintomas, sua localização e interferência na vida diária do portador. Só depois disso o tratamento deve ser escolhido. O mesmo pode ser feito através de medicamentos ou intervenção psicológica. A busca pelo tratamento precoce é essencial, evitando consequências psicológicas.
O método farmacológico pode trazer benefíciosao paciente assim como efeitos colaterais, visto isso, o uso de medicamentos só deve existir quando os benefícios forem maiores do que os efeitos negativos. Este método não traz cura ao portador, apenas é utilizado para amenizar os sintomas.
Os medicamentos devem ser utilizados em pequenas doses tendo um aumento gradual ao longo do tempo até que haja supressão dos sintomas e tenha os efeitos colaterais reduzidos.
Antidepressivos tricílicos, que podem ser utilizados também no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Segundo estudos, os antagonistas dos receptores dopaminérgicos podem reduzir a intensidade dos tiques (aput Shapiro e Shapiro, 1998).
O haloperidol é utilizado inicialmente em pequenas doses com aumentos gradativos ao longo do tratamento. Pode chegar a 80% dos receptores dopaminérgicos, sendo fundamental na redução dos tiques. No entanto o tratamento pode apresentar também diversos efeitos colaterais. A pimozada pode ser considerada uma alternativa ao haloperidol por ter menores efeitos colaterais. Mas por outro lado pode apresentar efeitos de grande gravidade no sistema cardiovascular.
Novos métodos incluem também a risperidona como opção, porém um de seus efeitos mais visíveis é o aumento de peso corporal, mas possui outros efeitos adversos reduzidos. A olanzapina também pode ser utilizada no tratamento, estudos apresentam que em oito semanas 50% dos pacientes aparentaram redução dos tiques graves e 75% uma melhora parcial sem efeitos colaterais significativos (aputBudmanet al. 2001; Stamenkoic et al, 2000; Stephen et al, 2004. A clonidina e a guanfacina também podem apresentar a eficácia no tratamento da ST.
Pode-se utilizar também a nicotina, tetrabenazina e benzodiazepina, assim como a toxina botulínica, uma alternativa para o tratamento dos tiques motores e em alguns casos dos vocais. O uso da tiaprida, sulpirida e amisulprida também se mostrou eficaz no tratamento dos sintomas.
Sintomas e Quadro Clínico

Como a síndrome de tourette não apresenta um único sintoma, é difícil diagnosticar. Pois a ST é comparada com outras patologias relacionadas, como: Doença de Wilson, doençca de Huntington, coréia de Sydenham, doença de Hallervorden-Spatz e com alguns tiques Simples e Múltiplos.
Em 80% dos casos, os tiques motores são a manifestação inicial da síndrome.
Piscar, franzir a testa, contrair os músculos da face, balançar a cabeça, contrair em trancos os músculos abdominais ou outros grupos musculares, e a limpeza freqüente da garganta são considerados Tiques Simples, a
lguns podem ser tão sutis que alguns observadores não os notariam.
Os Tiques Complexos envolvem padrões distintos e coordenados de muitos grupos musculares diferentes, às vezes podem parecer propositais, como tocar ou bater em objetos próximos, ou piscar os olhos juntamente com o “levantamento dos ombros” e a expressão simultânea de palavras ou frases.
Em menos de 50% dos casos, estão presentes o uso involuntário de palavras (coprolalia) e gestos (copropraxia) obscenos, a formulação de insultos, a repetição de um som, palavra ou frase dita por outra pessoa (ecolalia).
Geralmente os tiques motores começam no rosto e no pescoço, com o tempo tendem a se alastrar, podendo progredir para os braços e mãos, então avançar pelo corpo e pelas extremidades inferiores e finalmente para os sistemas respiratório e alimentar/digestivo, incluindo soluços, assovios, arrotos, entre outros.
Os tiques geralmente são precedidos por um impulso. Os pacientes podem suprimir seus tiques por um curto período, o que geralmente resulta em um tique posterior mais intenso. Estes tiques podem diminuir em momentos de concentração intensa ou durante o sono.Stress, ansiedade, fadiga e tédio podem piorar os sintomas de uma pessoa com a síndrome.
Alterações Morfológicas
Estudos mostram que as principais alterações morfológicas no encéfalo de um paciente com a síndrome de Tourette se encontram nos hemisférios.
Geralmente os portadores desta, possuem um aumento considerável nas regiões de pré frontal e parieto-ocipital e de menor volume na região inferior do lobo ocipital.
Diferenças entre os pacientes devido ao sexo podem ser vistas em adultos mais comumente do que em crianças. A severidade dos tiques estão geralmente ligadas às regiões de orbitofrontal, temporal e parieto-ocipital. No corpo caloso, alguns estudos indicam uma significante redução no seu volume, de até 20%. Problemas relacionados a assimetria e arredondamento do mesmo também foram encontrados.
Em resumo muitas áreas corticais estão envolvidas na síndrome e também a área de comunicação entre os hemisférios, o que torna muito a identificação desta síndrome apenas por imagens muito difícil.


Atuação do Psicólogo
O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais, a fim de reduzir ou evitar possíveis conseqüências psicológicas para o paciente. A escolha do tipo de tratamento deve ser apropriada para cada portador da ST, podendo incluir abordagens farmacológica e a psicológica. Esta última, além do tratamento psicoterápico do paciente, orienta pais, familiares e pessoas próximas ao mesmo, sobre as características da doença e o modo de lidar com o indivíduo afetado.
A natureza intencional dos tiques permite uma abordagem terapêutica comportamental com o objetivo de reduzir sua freqüência através da interrupção da seqüência estímulo-resposta. A reversão de hábito tem se mostrado eficaz para o tratamento dos tiques na ST. Um programa terapêutico multidisciplinar deve ser estabelecido, em colaboração com familiares e o paciente, visando o apoio psicológico e a reintegração social do mesmo.
Relato de caso (entrevista realizada com um portador da síndrome)


Vídeo Adicional

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