Acadêmicas: Eloísa Missio Schio, Giane Spuldaro, Maitê Guerra Sangalli.
Conceito
Sopro é o termo médico usado para descrever o som diferente que o sangue faz ao passar pelas válvulas e vasos sanguíneos do coração. Ele pode ser funcional ou fisiológico (sopro inocente), ou patológico em decorrência de defeitos no coração.
Cerca de 40%, 50% das crianças saudáveis apresentam sopros inocentes sem nenhuma outra alteração e com desenvolvimento físico absolutamente normal. Nos adultos, predominam os sopros que aparecem como complicações de cardiopatias provocadas pela febre reumática ocorrida na infância, doença que também pode afetar o sistema nervoso central e o sistema osteoarticular.
Os sopros sistólicos são comuns em pacientes com Anemia Falciforme, consequentes de aumento do débito cardíaco.
Pode aparecer em duas situações:
1- Devido ao refluxo de sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo, quando há insuficiência da válvula mitral, ou, mais raramente, do ventrículo direito para o átrio direito, quando há insuficiência da válvula tricúspide.
2- Devido ao fluxo de sangue por uma valva semilunar estenosada, gerando um fluxo turbulento do ventrículo esquerdo para a aorta, quando há estenose de válvula aórtica ou, mais raramente, do ventrículo direito para a artéria pulmonar, quando há estenose da válvula pulmonar.
Os sopros diastólicos são raros e devem ser considerados patológicos quando presentes. Ele ocorre devido ao refluxo de sangue das valvas semilunares, aórtica e pulmonar, para os ventrículos esquerdo e direito, respectivamente. Esse refluxo pode ser devido à deficiência das valvas envolvidas.
Causas
Não existe explicação precisa para o aparecimento de sopros fisiológicos.
No período neonatal, por exemplo, o sistema circulatório passa por modificações e o recém-nascido pode ter sopros na área pulmonar ou da valva tricúspide que desaparecem em alguns dias. Nas crianças em idade pré-escolar, às vezes, o ecocardiograma indica a presença de um falso tendão no ventrículo esquerdo.
Uma importante causa de sopro cardíaco é a febre reumática, uma doença adquirida, em que há lesão das válvulas do coração, principalmente as válvulas mitral e aórtica. Esta doença ocorre em pessoas que apresentam infecções de garganta de repetição, por um germe chamado estreptococos, e na sua evolução pode ocorrer inflamação e destruição parcial das válvulas cardíacas.
Doenças degenerativas, que raramente se manifestam na infância, estão entre as causas do sopro cardíaco. Um exemplo é a coartação da aorta e a alteração da estrutura da valva aórtica que provoca calcificação e estenose nessa valva.
Sintomas
- Cansaço: nos bebês principalmente às mamadas e nas crianças maiores aos esforços, em geral elas param de brincar e aparentam cansaço e falta de ar.
- Baixo ganho ponderal: é a dificuldade em ganhar peso, com dificuldade e cansaço na hora da alimentação.
- Dor no peito: somente 2 a 5% delas estão associadas a doenças no coração, mas na presença de sopros cardíacos é um sintoma a ser valorizado.
- Cianose: é a coloração arroxeada que aparece nos lábios e nos dedos, e deve ser diferenciada do roxo do excesso de choro (perda de fôlego) e do excesso de frio, ambos normais especialmente em bebês.
- Taquicardia: corresponde a disparos da freqüência cardíaca que podem ser fugazes ou mantidos. Na maioria das vezes em que ocorrem a criança fica pálida e suando frio. Podem também ser acompanhados de vômitos, sensação de tonteira ou desmaio
. Diagnóstico
Um dos exames é auscultar o coração com estetóscopio. Na grande maioria das vezes, as características do som indicam que o sopro cardíaco é fisiológico. Há casos, porém, que exigem diagnóstico diferencial e é necessário encaminhar o portador para exames complementares, tais como eletrocardiograma, raios X de tórax e ecocardiograma. Este último fornece detalhes da anatomia do coração e informações sobre suas características funcionais.
Tratamento
Crianças com sopro fisiológico têm coração absolutamente normal e são liberadas para levar a vida sem restrições. Para a grande maioria das cardiopatias congênitas, o tratamento é cirúrgico. Ele só não é indicado quando o defeito é leve e sem repercussão maior para o coração
No caso de lesão das válvulas, o tratamento é mais complexo. Se a lesão da válvula não acarreta maior esforço ao coração e não há sinais de insuficiência cardíaca, o tratamento é feito clinicamente. Nas situações mais graves, com importante lesão valvar, pode ser indicada a cirurgia para troca da válvula nativa defeituosa por uma válvula artificial.
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