Quadro clínico:
A síndrome de Asperger foi identificada em 1944, por um pediatra, o Dr. Hans Asperger. Porém esta só foi reconhecida oficialmente pelo DSM em 1994.
A S.A apresenta semelhanças com o Autismo, porém as pessoas com esta patologia normalmente apresentam elevadas habilidades cognitivas. Estudos recentes mostram que 1 em cada 250 crianças tem Asperger, enquanto para o Autismo esse número é de 1 a cada 2.500.
A criança com S.A demonstra mais interesse por uma área intelectual específica. Normalmente ela vai se destacar em algo, como geografia, história, matemática, etc. Muitos adultos com Asperger quando crianças eram considerados “pequenos gênios”, demonstrando interesse obsessivo naquilo que os atraia.
A Síndrome de Asperger é um transtorno de múltiplas funções do psiquismo com afetação principal na área do relacionamento interpessoal e no da comunicação, embora a fala seja relativamente normal. Há ainda habilidades específicas, o pedantismo, o comportamento estereotipado e repetitivo e distúrbios motores. A Síndrome de Asperger é uma das entidades categorizadas pela CID-10 no grupo dos Transtornos Invasivos, ou Globais, do Desenvolvimento – F84 e que todas elas iniciam invariavelmente na infância e com comprometimento no desenvolvimento além de serem fortemente relacionadas à maturação do SNC. Pode-se dizer também que desse grupo (Autismo Infantil, Autismo Atípico, a Síndrome de Rett e outros menos relevantes) a SA é o transtorno menos grave do prisma autístico.
Estrutura Morfológica:
Segundo o artigo do autor Paulo Teixeira sobre a Síndrome de Asperger da Universidade Lusíada:
“Porém pouco se sabe sobre as raízes neurobiológicas do distúrbio, sendo que estudos sugeriram anormalidades no lobos frontal e parietal. Em Londres uma equipe de pesquisadores da escola procurou anormalidades corticais em pessoas com SA. Os pesquisadores usaram uma técnica chamada ressonância magnética por emissão de prótons. Esse método mede a concentração metabólica do cérebro envolvidos na produção de energia. A concentração de medição do metabolismo dá aos investigadores um retrato total do estado dos neurônios numa área particular do cérebro.”
Eles chegaram à conclusão de que portadores da Síndrome possuem uma concentração mais elevada de todos os metabólitos medidos no lobo pré-frontal, porém não foram encontradas diferenças no lobo parietal.
A Síndrome de Asperger é um tipo de desenvolvimento que perturba a forma como o cérebro processa a informação, afetando-o no que diz respeito à ativação da amígdala, sendo esta ativação quase nula. A amígdala é uma pequena estrutura em forma de amêndoa, que se situa dentro da região ântero-inferior do lobo temporal, e que estabelece uma conexão com o hipocampo, com os núcleos septais, com a área pré-frontal e com o núcleo dorso-medial do tálamo.
Sintomas:
O principal sintoma apresentado por Asperger é o prejuízo na interação e comunicação social. Pessoas com SA possuem dificuldade de relacionamento, de expressar e demonstrar seus sentimentos, mas não necessariamente ausência destes, o que muitas vezes acaba desencadeando um quadro de depressão.
Também possuem dificuldade em entender expressões faciais, são conhecidos como muito honestos o que também prejudica na interação social. Costumam entender tudo ao “pé-da-letra”, fazem uma interpretação literal de tudo o que ouvem.
Diferente de algumas crianças com transtornos de espectro autista, as com síndrome de Asperger tendem a ter bom vocabulário e habilidade com a gramática. Porém, crianças com síndrome de Asperger geralmente têm outros problemas de linguagem, como ser muito literal e ter problemas para entendem comunicações não-verbais, como a linguagem corporal.
Outros sintomas da síndrome de Asperger segundo Cristopher Gillberg podem incluir: Rotinas e rituais obsessivos, problemas de capacidade motora, como movimentos desajeitados ou descoordenados, sensibilidade a informação sensorial, como luz, som, textura e gosto.
Atuação Profissional:
A Síndrome de Asperger é uma síndrome recente, por isso as abordagens estão ainda em uma fase inicial e não existe cura definitiva.
Alguns tratamentos e estratégias permitem ajudar estes indivíduos a aprenderem melhor, ter maiores habilidades sociais e mais facilidade de comunicação e integração, tornando-os capazes de interagir socialmente de forma mais naturalmente.
São usadas intervenções psicossociais para indivíduos com Síndrome de Asperger. A Terapia Cognitiva Comportamental pode ajudar o indivíduo aprender as habilidades sociais de formação, para melhor detectar os sinais sociais, e em lidar com as emoções em torno desse transtorno. Enquanto a terapia de grupos ajuda o indivíduo a aprender a linguagem social da sua faixa etária e a conviver melhor em grupo.
O treino de competências sociais também demonstra resultados, sendo que este busca ensinar linguagem corporal e a comunicação não-verbal.
É necessário sim que se busque um bom psicólogo, quanto mais cedo a abordagem melhor. Porém também é necessário um trabalho em conjunto com os cuidadores, professores e pais, não esquecendo que os portadores de SA, são sim diferentes, mas não indiferentes a nossas atitudes e gestos.
Necessitam de um olhar mais atento, de uma compreensão maior, que se feita de maneira correta pode melhorar em muito a qualidade de vida deles.
Curiosidades:
Personalidades diagnosticadas com SA:
-Jane Austen.
-Michelangelo.
-Albert Einstein.
-Ludwig van Beethoven.
-Thomas Edison.
-Leonardo da Vinci.
-Mozart.
-Isaac Newton.
-Alfred Hitchcock.
-Al Gore.
-Bill Gates.
-Sócrates.
-Keanu Reeves.
Muito reconfortante as informações!
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