quarta-feira, 23 de novembro de 2011

REFLUXO GASTROESOFÁGICO


Acadêmicos: Julia e Michel

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo explicar de forma sucinta e clara o refluxo gastroesofágico (RGE); em que consiste, sintomas, como ocorre, em que grupos há maior incidência, as alterações fisiológicas, diagnóstico, tratamento, como é feita a intervenção cirurgia e relacionar tal doença com a nossa atuação como fisioterapeuta. O RGE é uma patologia bastante comum em crianças, mas que muitas vezes passa despercebida, podendo posteriormente, acarretar em complicações, principalmente no que diz respeito às doenças respiratórias.

Conceito:
O refluxo gastroesofágico consiste na entrada retrógrada de ácido gástrico no esôfago, muito provavelmente relacionada a um esfíncter incompetente  e um esvaziamento gástrico retardado.

Sintomas:
Os sintomas típicos da doença são pirose e regurgitação:
- pirose: É referida como ardência ou queimação, em algum ponto entre a "boca do estômago" e o queixo, correndo por trás do esterno, o "osso do peito". A azia pode ser tão intensa como uma dor no peito, causando impressão de infarto cardíaco. Pode ocorrer também um aumento da salivação, a sialorréia, que é um reflexo natural porque a deglutição dessa saliva alivia a queimação, como se fosse um antiácido natural.
- regurgitação: é a percepção da volta do conteúdo estomacal no sentido da boca, sem enjôo ou vômito, freqüentemente, com azedume ou amargor. Não raro determina tosse, pigarro e alterações da voz. O engasgo - tosse forte e súbita, atrapalhando a respiração - pode despertar do sono e representar uma situação de refluxo gastroesofágico. A ocorrência de falta de ar com chiado no peito, como a asma, pode ser desencadeada pelo refluxo.
Porém existem outros sintomas que não estão diretamente ligados ao dano esofágico. Chamam-se manifestações extra-esofágicas; compreendem principalmente no bronco espasmo, tosse crônica e alterações inflamatórias na laringe.
O refluxo gastroesofágico tem sido associado a sintomas pulmonares e a doenças de vias aéreas inferiores como asma, bronquite, pneumonia aspirativa e fibrose pulmonar idiopática; e sintomas otorrinolaringológicos incluindo rouquidão, laringite estenose subglótica, granuloma de prega vocal e carcinoma de laringe; e  outras manifestações extra – esofágicas como dor torácica não-cardíaca, erosão dentária, sinusite, faringite e apeia do sono.
Os problemas respiratórios causados pelo refluxo gastroesofágico incluem doença nas vias  aéreas reativas, a pneumonia por aspiração, o laringoespasmo e episódios de asfixia.


Epidemiologia:
O RGE é muito comum e cuja incidência é bem maior em bebês prematuros, decrescendo com o avançar da idade e comumente desaparecendo aos 24 meses de vida. Em recém-nascidos de muito baixo peso observa-se uma incidência de 2,8 a 10% dos casos.

Diagnóstico:
O relato do paciente adulto jovem pode levar ao diagnóstico, sem necessidade de exames num primeiro evento.
A radiografia da transição esofagogástrica, enquanto se deglute um contraste rádio-opaco, pode demonstrar tanto a hérnia, quanto o refluxo.
A Endoscopia Digestiva Superior é um exame para visualizar o esôfago, estômago e duodeno, passando um fino feixe de fibras óticas através da boca. A evolução da qualidade dos equipamentos, da eficiência da anestesia local da garganta, a eficácia e a segurança da sedação do paciente, tornaram a endoscopia um exame simplificado, do qual se acorda “sem ressaca”. Além disto, pode ser repetida para controle de resultado de tratamento e, mais recentemente, para procedimentos terapêuticos especiais. Uma tela recebe e amplifica com nitidez as imagens das áreas sob inspeção direta, permitindo também fotos e filmes para reexaminar os achados. Pode mostrar a incompetência da válvula de retenção gastro-esofágica e a hérnia. O mais importante é que permite ver manchas vermelhas, placas branquicentas e úlceras, principalmente na mucosa do esôfago inferior, sugestivas de graus variados da Esofagite de Refluxo. A endoscopia facilita a coleta de material destas lesões para exame microscópico, no qual se pode definir a inflamação, avaliar um potencial cancerígeno e até diagnosticar o câncer.
A Cintilografia do trânsito esôfago-gástrico é um método que tem sido usado mais na criança. Administra-se uma mamadeira normal, contendo uma quantidade inofensiva de substância radioativa. A cintilografia capta e registra imagens da radioatividade descendo para o estômago ou do estômago refluindo para o esôfago. É uma metodologia não invasiva, indolor e ambulatorial. Entretanto, nem sempre capta o refluxo, pois este não é permanente.
O estudo da pressão interna ao longo do esôfago (Manometria) e a verificação do refluxo da acidez do estômago para o esôfago (pHmetria de 24 horas) detectam variações naturais e anormalidades capazes de diagnosticar a DRGE. São métodos que chegaram à rotina clínica há relativamente poucos anos. Precisam ser usados quando os demais tem resultados insatisfatórios e para estudar parâmetros antes e depois do eventual tratamento cirúrgico da doença do refluxo.

Como ocorre:
O esôfago do adulto é um canal de 35 a 40 cm, que liga a boca ao estômago. Ele é elástico e na espessura de sua parede contém camadas musculares recobertas internamente por uma delicada pele com o nome de mucosa, parecida com o revestimento da boca. O início do esôfago fixa-se na parte inferior da garganta, desce pelo mediastino e cruza o diafragma através de um orifício chamado hiato, poucos centímetros antes de se abrir no estômago. O mediastino é a região entre os dois pulmões e o diafragma; é uma calota muscular que divide o tórax do abdome. O esôfago tem ligamentos para prendê-lo junto ao hiato diafragmático e que contribuem para formar um tipo de válvula de retenção para impedir o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.
Quando o esôfago desliza para cima mais que 2 a 3 cm., traciona o estômago e ambas as estruturas se deslocam para o tórax. Decorre dessa alteração anatômica a Hérnia Hiatal que, por sua vez, prejudica a válvula anti-refluxo. Quando o conteúdo do estômago, em geral muito ácido, atinge a mucosa esofágica, este tecido reage - inflama - originando a Esofagite de Refluxo.

Tratamento:
O tratamento pode ser feito de forma medicamentosa (clínico) ou então com intervenção cirúrgica.
O primeiro método consiste da inibição da secreção ácida, otida pelo tratamento medicamentoso; diminui a quantidade de ácido refluído, porém isoladamente não evita que outros elementos como alimentos, bile e enzimas, continuem refluindo ao esôfago.
Já a cirurgia anti-refluxo controla dois dos principais fatores etiológicos do RGE: o esfíncter esofágico inferior defeituoso e a hérnia hiatal. Atualmente a cirurgia é feita por VLP (fundoplicatura videolaparoscópica). Com ela é possível manter-se a junção gastroesofágica em posição intra-abdominal e constituir uma válvula com fundo gástrico, restabelecendo-se com segurança a competência da cárdia pelo aprimoramento de sua função. 

Atuação do fisioterapeuta:
A atuação da fisioterapia nessa doença é muito simples, porém é de sumo importância para a diminuição dos sintomas do refluxo gastroesofágico em latentes.
            Para isso basta preservar e orientar a elevação de decúbito (30º em descanso e 45º em alerta (uso de suspensório)).
            É importante que os pais sejam orientados a não utilizar posturas ou manobras que induzam o propiciem o refluxo gastroesofágico.
            Também podem ser usadas técnicas de drenagem em Trendelenburg (de cabeça para baixo), pressão abdominal e AFE (aceleração de fluxo expiratório).

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário