quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Refluxo Gastroesofágico

Acadêmicas: Carolina Maria Meneghel, Isamara Paula da Silva, Paloma de Oliveira Teixeira


Conceito:
É um conjunto de queixas que acompanha alterações no esôfago resultantes do refluxo (retorno) anormal do conteúdo estomacal, naturalmente ácido, para o esôfago.
Fisiopatogenia:
Diversas condições facilitam o aparecimento do RGE em níveis patológicos, levando à doença. Um dos mais conhecidos, porém mais controversos é a hérnia de hiato, ou hérnia hiatal. Condições que aumentam a pressão intra-abdominal também facilitam o refluxo por empurrar o conteúdo gástrico para cima, incluindo ascite, obesidade, gravidez e exercícios extenuantes. Outras condições, que levam à redução da pressão intratorácica, "puxam" o conteúdo do estômago para o esôfago, principalmente as doenças pulmonares e otorrinolaringológicas, aonde o esforço do paciente de respirar leva à essa alteração de pressão.

Sintomas:
Os sintomas da DRGE podem ser divididos em típicos ( pirose e regurgitação ) e atípicos ( de origem esofágica, como disfagia e odinofagia, ou extra esofágica, como tosse crônica e asma ).
  Pirose: É referida como ardência ou queimação, em algum ponto entre a "boca do estômago" e o queixo, correndo por trás do esterno. Pode ocorrer também um aumento da salivação, a sialorréia, que é um reflexo natural porque a deglutição dessa saliva alivia a queimação, como se fosse um antiácido natural.
  Regurgitação: A regurgitação acida é a percepção da volta do conteúdo estomacal no sentido da boca, sem enjoo ou vômito, frequentemente, com azedume ou amargor. Ocorre em cerca de um terço dos portadores da doença do refluxo gastroesofágico.
Diagnóstico:
O exame endoscópico, embora apresente uma sensibilidade de cerca de 60%, pela facilidade de sua execução e disponibilidade na maioria dos centros médicos em nosso meio é o método de escolha para o diagnóstico das lesões causadas pelo refluxo gastroesofágico. Permite avaliar a gravidade da esofagite e realizar biópsias quando necessário; como por exemplo nos casos de complicações do refluxo gastroesofágico (úlceras, estenose péptica e esôfago de Barrett).

A pHmetria de 24 horas permite caracterizar o refluxo gastroesofágico, evidenciando a quantidade de episódios e o tempo em que o conteúdo ácido permanece em contato com o esôfago. Se realizado com dois sensores ( dois canais ), permite a avaliação de refluxo ácido para a porção alta do esôfago, ajudando o diagnóstico de manifestações atípicas da DRGE. Está ainda indicada para pessoas que não obtiveram resposta satisfatória ao tratamento e naqueles casos de doença do refluxo não erosiva.

Tratamento:
O tratamento clínico inclui a utilização de medicamentos, a correção do hábito alimentar, a perda de peso e a não utilização de álcool, tabaco e drogas anti-inflamatórias rotineiramente. O tratamento clínico eficaz é sempre a primeira abordagem da DRGE. Para redução do refluxo a cabeceira da cama deve ser elevada cerca de 20 cm.
O tratamento medicamentoso do DRGE é realizado com fármacos denominados de Inibidores da bomba de Prótons que tem demonstrado um grande resultado na diminuição dos sintomas quando utilizado por 4 semanas.
O tratamento cirúrgico é a última opção daqueles pacientes que sofrem do DRGE crônico, que não tem respostas a todas as medidas clínicas adequadas no longo prazo e que tem a recidiva dos sintomas de forma rotineira, em geral associado a complicações como úlceras esofágicas, sangramentos, estenose, tosse crônica, asma brônquica, regurgitação noturna e doença de Barrett.

Intervenção fisioterapêutica:
A fisioterapia atuando na Doença do Refluxo Gastroesofágico, através da terapia manual, é de grande eficácia na diminuição do número de regurgitações e sua intensidade, visto que acelera a resolução e mostra-se mais vantajosa quando comparada a outros tipos de tratamento, como medicamentoso e cirúrgico.
            A diminuição da sintomatologia, prevenindo o aparecimento e evoluções das complicações decorrentes da patologia resultam em restauração da função digestória, diafragmática e consequentemente, a melhora da qualidade de vida dos pacientes.
O início do tratamento fisioterapêutico deverá ser o mais precoce possível para minimização ou resolução destes sinais e sintomas e não exacerbação destas sequelas ou até mesmo o desenvolvimento de outras complicações.
A fisioterapia poderá intervir de forma eficaz com procedimentos manuais para tecidos e cicatrizes, drenagem linfática manual, reeducação postural e respiratória através das técnicas de higiene brônquica e expansão pulmonar, todos os métodos específicos e dirigidos para o pós-cirúrgico de patologia oncológica. Além disso, as orientações para posicionamentos e atividades de vida diária e/ou ocupacional e encaminhamentos para engajamento em outras atividades complementares extra-domiciliares podem e devem ser desenvolvidas para uma melhor qualidade de vida durante e após todo o processo de cirurgia e tratamentos.

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