segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ESCLEROSE MÚLTIPLA

Acadêmicas: Maitê Thainá e Rosiclei Guerra
Curso: Enfermagem


     A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica, que se inicia mais comumente em adultos jovens e caracteriza-se patologicamente por múltiplas áreas de inflamação, desmielinização  e formação de cicatrizes gliais (esclerose) na substancia branca do sistema nervoso central (SNC). As lesões são portanto múltiplas no espaço. (MERRITT, 2002)
     A evolução clinica varia de uma doença benigna, basicamente sintomática, a uma doença rapidamente progressiva e incapacitante.  A maioria dos pacientes começa com sintomas que remitem a recidivam alternadamente. De inicio, a recuperação das recidivas é quase completa, mas depois a incapacidade neurológica aumenta de modo gradual. As lesões são portanto múltiplos no tempo e no espaço. (MERRITT, 2002)
     A idade de inicio tem uma distribuição unimodal, com um pico máximo entre os 20 e 30 anos de idade; os sintomas raramente se iniciam antes dos 10 ou depois dos 60 anos.
     Em mulheres, a incidência de EM é de 1,4 a 3,1 vezes mais alta que em homens. Nos pacientes com inicio tardio, a razão entre os sexos tende a ser igual. (MERRITT, 2002)
      A causa da EM não é conhecida. Suscetibilidade genética, mecanismos auto - imunes e infecções virais podem ter um papel patogênico na desmielinização. (MERRITT, 2002)
      A aparência macroscópica da superfície externa do cérebro geralmente é normal. Nos casos de evolução prolongada, há com frenquencia evidencia de atrofia e alargamento dos sulcos corticais, com aumento dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo. Os cortes cerebrais revelam numerosas pequenas áreas acinzentadas irregulares em lesões mais antigas e áreas rosadas em lesões agudas nos hemisférios cerebrais, especialmente na substancia branca e nas regiões periventriculares. (MERRITT, 2002)
      A EM se caracteriza pela disseminação das lesões no tempo e no espaço. São frequentes as exacerbações e remissões. Além disso, os sinais e sintomas indicam em geral mais de uma lesão. As manifestações clínicas podem ser transitórias e algumas até parecer bizarras. O paciente pode apresentar sensações fora do comum, que são difíceis de descrever e impossíveis de ser verificadas objetivamente. (MERRITT, 2002)
     Simplificando, os sinais e sintomas da EM dependem de quais pontos do sistema nervoso são afetados. A doença se manifesta normalmente em períodos de ataques e remissões progressivas. O doente apresenta sintomas agudos que duram  de dias a semanas e depois somem deixando ou não seqüelas, após isso permanece assintomático até um segundo ataque, que também desaparece, então, conforme os ataques vão se acumulando tendem a  ficar cada vez mais agressivos e as sequelas vão se somando, de modo que o paciente vai ficando progressivamente pior ao final de cada exacerbação.  Não existe um sintoma típico que feche o diagnóstico de esclerose múltipla, porém, alguns deles são muito sugestivos, como:
 - Neurite óptica: normalmente se apresenta como um dor ocular aguda e unilateral, associada ao movimentos dos olhos e acompanhada de graus variáveis de perda visual. Pode ocorrer também visão dupla ou borrada.
- Nistagmo (discreto movimento involuntário dos olhos) também é um achado comum.
- Sintomas sensoriais: formigamento e dormências, principalmente nos membros, ocorrendo em um lado do corpo de cada vez.
- Fenômeno de Lhermitte: sensação de choque elétrico que se irradia pela espinha vertebral
desencadeado por movimentos da cabeça e do pescoço
- Tonturas e vertigens.
- Tremores, alterações na marcha, diminuição de força muscular e paralisias dos membros, normalmente unilateral no início e bilateral em fases avançadas.
- Incapacidade de controlar a bexiga e os intestinos.
 (PINHEIRO, Pedro. Esclerose Múltipla – Sintomas e Tratamento . Em http://www.mdsaude.com/2009/11/esclerose-multipla.html. Acesso em: 12 de novembro de 2011).

     
DIAGNÓSTICO
      Em relação ao diagnóstico, os médicos consideram a possibilidade de esclerose múltipla em indivíduos jovens que subitamente apresentam visão borrada, visão dupla ou anormalidades motoras e sensoriais em diferentes partes do corpo. O padrão de recidivas e recuperações torna o diagnóstico mais provável. Quando os médicos suspeitam de esclerose múltipla, eles realizam um exame neurológico minucioso durante o exame físico. Os sinais que indicam um funcionamento inadequado do sistema nervoso são os movimentos oculares incoordenados, a fraqueza muscular ou a dormência em diversas partes do corpo. Outros achados, como a inflamação do nervo óptico e o fato dos sintomas surgirem e desaparecerem, permitem o estabelecimento do diagnóstico com razoável certeza. Não existe um exame que por si seja diagnóstico. No entanto, alguns exames laboratoriais podem diferenciar a esclerose múltipla de outros distúrbios com sintomas similares.  (Manual Merck – Saúde Para a Família. Em:http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_06/cap_068.html Acesso em: 20 de novembro de 2011).

O médico pode realizar uma punção lombar (punção espinhal) para coletar uma amostra de líquido cefalorraquidiano. Os indivíduos com esclerose múltipla tendem a apresentar uma quantidade um pouco mais elevada de leucócitos e uma concentração discretamente mais elevada de proteínas do que o normal no líquido cefalorraquidiano. A concentração de anticorpos no líquido cefalorraquidiano pode ser elevada e tipos específicos de anticorpos e outras substâncias estão presentes em até 90% dos indivíduos com esclerose múltipla. A ressonância magnética (RM) é a técnica mais sensível de diagnóstico por imagem, podendo revelar áreas desmielinizadas do cérebro. A ressonância magnética pode inclusive diferenciar áreas de desmielinização ativa e recente de outras mais antigas ocorridas tempos atrás. Os potenciais evocados são um tipo de exame que registra as respostas elétricas no cérebro quando os nervos são estimulados. Por exemplo, o cérebro normalmente responde a uma luz cintilante ou a um ruído com padrões característicos de atividade elétrica. Nos indivíduos com esclerose múltipla, a resposta pode ser mais lenta porque a condução dos sinais ao longo de fibras nervosas desmielinizadas encontra- se comprometida. (Manual Merck – Saúde Para a Família. Em: http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_06/cap_068.html Acesso em: 20 de novembro de 2011)

TRATAMENTO
              O beta-interferon injetável, um tratamento relativamente novo, reduz a freqüência das recidivas. Outros tratamentos promissores ainda sob investigação incluem outros interferons, a mielina oral e o copolímero 1, os quais ajudam a evitar que o corpo ataque sua própria mielina. Os benefícios da plasmaferése e de gamaglobulinas intravenosas ainda não foram estabelecidos e esses tratamentos não são práticos para uma terapia de longa duração. Há décadas, os corticosteróides, como a prednisona tomada pela via oral ou a metilprednisolona administrada pela via intravenosa, durante períodos curtos para aliviar os sintomas agudos têm sido a principal forma de terapia. Apesar deles poderem reduzir a duração dos episódios, esses medicamentos não impedem a incapacitação progressiva a longo prazo. Os benefícios dos corticosteróides podem ser superados pelos muitos efeitos colaterais que essas drogas podem causar quando utilizadas prolongadamente (aumento da susceptibilidade à infecção, diabetes, aumento de peso, fadiga, osteoporose e úlceras). (Manual Merck – Saúde Para a Família. Em: http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_06/cap_068.html Acesso em: 20 de novembro de 2011)
Outras terapias imunossupressoras, como a azatioprina, a ciclofosfamida, a ciclosporina e a irradiação total do sistema linfóide, não demonstraram ser úteis e podem causar complicações significativas. Freqüentemente, os indivíduos com esclerose múltipla podem ter uma vida ativa, embora eles possam cansar-se facilmente e possam não conseguir cumprir um esquema muito exigente. A prática de exercícios regulares (pedalar uma bicicleta ergométrica, caminhar, nadar ou realizar alongamento) reduz a espasticidade e ajuda a manter a saúde cardiovascular, muscular e psicológica. A fisioterapia pode ajudar na manutenção do equilíbrio, na capacidade de deambulação e na amplitude dos movimentos e pode reduzir a a espasticidade e a fraqueza. Os nervos que controlam a micção ou a evacuação também podem ser afetados, levando à incontinência ou à retenção urinária ou fecal. Muitos indivíduos aprendem como passar uma sonda vesical para esvaziar a bexiga e iniciam um programa terapêutico com o uso de emolientes fecais ou laxantes para auxiliar a evacuação. Aqueles que se tornam fracos e aqueles incapazesde se movimentar com facilidade podem apresentar úlceras de decúbito e, por essa razão, eles e os responsáveis por seus cuidados devem tomar um cuidado especial para evitar esse tipo de lesão cutânea. (Manual Merck – Saúde Para a Família. Em: http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_06/cap_068.html Acesso em: 20 de novembro de 2011)




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